domingo, 30 de maio de 2010

Ponto.

De você não sei mais nada.
Fui te perdendo como estrela que não brilha...
Coisa tua! Que mal sabes...
a estrada que ora trilhas.

O que era nosso nem era tanto.
E tanto beijo a tua boca me queimava!
Coisa minha, de quem espera...
naquela vida que me agradava.

Dito isto, por uma vez e ponto!
Que fique claro que não falo de amor!
O que me fascina não me preenche
e se preenche é pura dor.

Nos meus passos não há mais espaço,
para o que de agrado era na verdade a ti.
Há nada além do que a sede de ser...
parte toda, não metade de mim.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nostalgia

A madrugada me remete sempre a mesma sensação. Estou com sede de beber a vida, a vida, a longos tragos, como de um divino vinho de Falerno. Absorver cada gotícula dessa minha passagem na estrada de Damasco, o meu caminho. Reviver cada instante que aderiu ao meu corpo de vinho forte e me fez ser mais que a sombra de uma sombra, por entre tanta sombra igual a mim! Quero voltar!
Estou saudosa em sentir os infinitos grãos de areia sob meus pés numa caminhada que percorria Leblon e Arpoador (isto pelo mais ingênuo prazer de fazer aquele trajeto, não que eu ainda não o faça, ou venha fazê-lo novamente, mas não é mais parte de uma rotina diária tão severamente cumprida). Estou com saudades das festinhas em Santa Teresa na casa de Dani, saudades daquelas noites viradas, das risadas em torno de um narguilé, arrisco dizer até que sinto saudade das ressacas do vinho degustado naquele terraço. Sinto falta das empadas do Antônio's na Lapa, das Quartas-feiras no Galeria Café em Ipanema e das batucadas de pandeiro. Sinto falta das Sextas-feiras pós Outback com a Marcele, nosso lugar cativo nas areias do Leblon, um cigarro de menta e uma Aquarius Fresh de limão. Sinto falta das Segundas-feiras com a Carol, das nossas conversas e afagos na orla de São Conrado, da nossa cumplicidade desmedida. Saudades de comer no japonês com a Luiza, saudades das garrafas de saquê num sushi aqui na Barra da Tijuca, saudades da linda vista do Kotobuki e até mesmo dos diversos "Konis" espalhados nos aredores de Botafogo. Saudades loucas da macarronada da Naira e de beber, digo...BEBER na casa da Isabella. Sinto muita falta das loucuras minha e de Brígida pelo Rio de Janeiro, dos ingressos de shows colados na agenda, de não medir gastos quando o assunto era música, música brasileira. Saudades de Moska, Chico César, Lenine, Dois quartos, Samba Meu e Canecão. Estou com saudades do amor de menina, amor à primeira vista ou à primeira música ouvida. Saudades contínuas dos meus amores platônicos, dos que se perderam e dos que ainda vivem em mim.
Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida...

"A estrada de Damasco, o meu caminho,
O meu bordão de estrelas de ceguinho,
Água da fonte de que estou sedenta!"